Neste blog vou arquivar minhas experiências em viagens de longa distância certificadas.

Sou um, entre milhares de motociclistas certificados pela Iron Butt Association e aqui estarão apenas as minhas impressões, dificuldades e formas de fazer os desafios propostos pela Associação.

Espero que gostem, façam seus comentários e me ajudem a difundir o ideal das viagens de Endurance.

1ª SS 1600k - 16/02/2008

Este foi o primeiro desafio SaddleSore que participei e vou colar aqui o resumo que enviei junto à documentação (exatamente como foi enviado).

IRON BUTT RIO PRETO – SÃO PAULO - BRASIL
16/02/2008 – 1,625K in 21H
Breve relato da viagem (in Portuguese)


Há um tempo atrás, logo antes de meu pai falecer, em uma de nossas conversas sobre motos e viagens, ele comentou sobre um amigo de outra cidade, que havia conquistado um certificado por ter feito uma viagem de proporções magníficas. Lembro-me que na época ele chegou a comentar sobre dois casos, um sujeito que havia feito uma viagem enorme e ganhou uma premiação da BMW e sobre um outro que havia feito o percurso de um ponto a outro, no final de uma viagem, de 1000 milhas em menos de um dia e teria recebido um certificado internacional por isso. Isso bastou para me interessar.
Quando pequeno, lembro-me de ficar horas e horas dentro do carro com meu pai, fazendo algum tipo de trabalho dele, que não me lembro ao certo, longe às vezes 1000k, às vezes mais quilômetros, então está no sangue à resistência para longas distâncias.
Voltando ao SadlleSore que fizemos. Mandei e-mail para alguns amigos que se interessariam pelo “passeio” que eu havia planejado. Fiz uma rota passando por boas estradas do estado de São Paulo, para que não tivéssemos muitos problemas com buracos, abastecimento e, se precisasse desistir, em qualquer ponto estaríamos relativamente perto de casa.
Seis “loucos” se animaram e, pra minha felicidade, a maioria deles já grandes amigos. Adriano e Claudinei eu conheci na saída, grandes pessoas e ótimos pilotos, já o Ronaldo, Welson e Robson são amigos de velha data.
Saímos conforme o planejamento às 04h30min horas da manhã do Posto Petrolium Shopping, em uma avenida central da cidade, Avenida Bady Bassit, em direção à Pereira Barreto, o primeiro vértice da viagem. Neste trecho, que passa por Nhandeara e General Salgado, abastecemos apenas em Guzolândia e seguimos rumo Pereira Barreto. Em um trevo desse vértice, eu que carregava o mapa planejado no GPS acabei me confundindo em um entroncamento de estradas e dei uma volta por ele para me achar, nesse momento, o grupo se dispersou totalmente.
Foi onde nos perdemos e nos dividimos em três grupos: eu, o Ronaldo e o Robson estávamos juntos, o Welson e o Adriano seguiram reto, mas com eles não me preocupei pois o Welson planejou a viagem junto a mim e sabia o caminho tanto quanto eu, e o Claudinei que acabou ficando só. Imediatamente ligamos no celular dele para saber notícias. Quando conseguimos comunicação ele estava alguns quilômetros fora da rota. Indiquei então o caminho correto para ele e falei que daria para ele nos alcançar. Dito e feito! Logo depois de passar Andradina, no próximo abastecimento, já estávamos em cinco pilotos e logo mais após uns 50 quilômetros, o Claudinei também nos alcançou.
Seguimos viagem então rumo à Presidente Venceslau, o segundo vértice do mapa. Depois, em direção à Ourinhos, já com estradas melhor conservadas, sempre pista dupla, com boa fiscalização e manutenção, foi diversão garantida pois estava bastante sol. Paramos para um descanso e refeição em Santa Cruz do Rio Pardo no Posto Cruzadão onde tiramos bastante fotos também.
Não poderia deixar de mencionar uma experiência da saída: eu não me recordo dos primeiros 50 quilômetros da viagem. Era tanta atenção nos aparelhos, painel de instrumentos, chovia muito, a ponto de quase desistirmos, foi uma experiência bem diferente para mim. Passamos por várias cidades, postos policiais, que nem me lembro. Eram muita adrenalina e ansiedade misturados. Muita preocupação com o GPS, o odômetro, os cupons, a viseira do capacete embaçando etc.
Sentido Sorocaba então, nosso terceiro vértice, seguimos a viagem. De lá subimos para Campinas, onde andaríamos nas melhores estradas do estado: Rodovia dos Bandeirantes e Rodovia Anhanguera.
Pela Rod. Anhanguera, rodamos até Franca, o que seria nosso quarto vértice. De lá, como na verdade Franca está bem perto de SJ Rio Preto, optamos por fazer uma pequena volta pelo noroeste do estado para completarmos a quilometragem requerida.
Seguimos para Barretos, depois para Bebedouro, Jaboticabal, Taquaritinga, Catanduva para finalmente chegarmos a SJ Rio Preto, após 20h55min h e 1,625k muito bem andados!
Chegamos ao mesmo ponto de saída por vários motivos, mas principalmente para facilitar a documentação (cupons e testemunha).
Daria para escrever um livro sobre a viagem, imagino que todos vocês passaram por isso. Esse é só um breve, muito breve relato!

Esse foi o "resumo" que enviei junto à documentação.

O trajeto executado foi esse:


E algumas boas fotos que tiramos durante o desafio. Créditos ao Robson que com uma camerazinha e muita habilidade, tirou as fotos em movimento:



esse é o fotógrafo durante uma parada para descanso.
Sempre falante e feliz durante a viagem, hehehehe!

esse sou eu, falei que o fotógrafo era habilidoso!

eu de novo!

da esquerda pra direita: Adriano, eu, Claudinei, Welson, Ronaldo e Robson

algumas fotos quase artísticas!

outras nem tanto, hehehe!

O fato é que foi bem importante eu ter feito esse primeiro desafio com esse grupo de amigos!

Lógico que demos sorte por nos conhecer e todos serem motociclistas já com bom tempo de estradas, mas viajar em grupo tem a parte boa e a ruim. Pelo próprio relato que enviei junto à documentação é possível perceber as dificuldades que tivemos. Nos perdemos, fiquei muito preocupado com os equipamentos e com os participantes, estava sempre atento aos horários, as vezes sendo até chato para sairmos logo do lugar, entre outras coisas.

No caso dos desafios específicamente, optei por fazer os outros solo. Não tivemos qualquer problema neste primeiro, vale sempre frisar, mas a responsabilidade, os perigos, além do planejamento e preparação para documentação fica mais complicado assim.

Uma dica, humildemente, que quero passar é que, se for fazer em grupo, que todos façam suas próprias documentações e preparações. Esse pessoal é muito bom e não tivemos problema algum, mas se fossem outras pessoas, com certeza dificultaria e muito!

Me senti muito responsável pelo sucesso e talves por isso tenha aproveitado pouco o verdadeiro gosto desse tipo de viagem. Mas foi muito bom esse primeiro desafio e devo e muito à esse pessoal que me acompanhou, insentivou e criamos a partir dai uma amizade que acredito, seja para a vida toda!

Ah, o principal, o certificado:


E mais umas coisas, uma foto do GPS no final do desafio:


E a carta que fiz de agradecimento à Testemunha de Saída e Chegada, que nesse caso foi a mesma pessoa, a Luciana de Oliveira Aro, valente esposa do meu amigo Robson:


essa é a via que vai na documentação.
Para a testemunha faço num papel especial a impressão e envio
num envelope também especial com muito carinho e agradecimento!

Como geralmente saio e chego de madrugada nesses desafios, a Testemunha sempre tem um papel mais que importante. Além de certificar meu odômetro e relógio, tem que acordar de madrugada, maldade, mas é meu horário bom de saída.

Como diz o Marcos em seu blog, um dos aspectos mais importantes de se fazer uma viagem desse tipo sem horário marcado ou divulgação (ou até mesmo pagamento, como vemos hoje) é o fato de você sair e chegar na sua melhor hora, quando está mais ativo, mais concentrado! Sou totalmente partidário desse pensamento.

Agora vamos para o Segundo!

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